Em vez de termos aula na segunda-feira fomos convidados pela professora Rita a participar de uma palestra sobre Drummond no dia 7 de novembro. A mesa foi composta por três professores, sendo estes Natanael Zotelli Filho, Marcia Freitas e Milton Zamboni, que apresentaram vários momentos da obra desse autor como expressa o título da palestra "Drummond, o provocador: pedra, rosa e outros amores possíveis".
A professora Marcia Freitas iniciou o momento falando sobre o significado da "pedra" e para tal apresentou o poema No meio do caminho. Esse poema causou muito estranhamento sendo considerado um escândalo, já que fugia do padrão da época.
No meio do caminho
No meio do caminho tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
tinha uma pedra
no meio do caminho tinha uma pedra.
Nunca me esquecerei desse acontecimento
na vida de minhas retinas tão fatigadas.
Nunca me esquecerei que no meio do caminho
tinha uma pedra
tinha uma pedra no meio do caminho
no meio do caminho tinha uma pedra
Carlos
Drummond de Andrade
A professora Marcia apresentou uma análise feita por ela sobre o poema e ainda relacionou sua fala com a educação. O poema têm muita repetição o que nos lembra a educação bancária que Paulo Freire menciona, sendo esta a que se baseia na repetição e memorização. A educação é polissêmica assim como a poesia, há vários sentidos e interpretações.
Passando para o segundo momento, o professor Milton Zamboni falou sobre a "rosa" e para tal recitou um belo poema de sua autoria baseado na obra Rosa do povo de Drummond. Em algumas passagens também relacionou a poesia com a educação, até afirmando: a aula é poética. É interessante quando relaciona Drummond com Paulo Freire na questão de ambos serem humanistas, e assim como temos que "ter olhos para a rosa no asfalto", temos que ter esse olhar para os alunos.
O terceiro e último momento foi sobre os "outros amores" em que o professor Natanael Zotelli Filho falou da poesia erótica. Há uma obra de Drummond, Um amor natural, que reúne poemas eróticos que revela um outro lado do autor. Entretanto, Natanael prefere caracterizar tais poemas como obscenos, e para justificar, primeiro explica a diferença entre pornografia e erotismos, chegando no porque do obsceno. Tal palavra representa o que está fora de cena, o que não deve ser visto e nem ouvido, assim como é caracterizado ato sexual.
Relacionando com a educação podemos pensar em obsceno o currículo oculto, ou seja, aquilo que está além dos currículos e presentes na sala de aula. Para finalizar, o professor leu o poema Amor - pois que é palavra essencial em que apesar do erotismo mostra o amor como algo essencial em toda a ação relatada.
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