sexta-feira, 24 de novembro de 2017

Resumo de aula (20/11/2017) - Análise das escolas a luz de Paulo Freire

      Como mencionado anteriormente na aula do dia 13/11/2017, foi pedido para os alunos se reunirem por blogs e fizesse um trabalho comentando da aplicabilidade dos conceitos de Paulo Freire nas escolas. O presente blog realizou o trabalho com sucesso, tendo a participação de todos os membros na elaboração do mesmo. Esse trabalho pode ser visualizado no próprio blog.

quarta-feira, 22 de novembro de 2017

Resumo de aula (13/11/2017) - Atividade

No dia 13 de novembro a professora Rita iniciou a aula falando sobre uma autoavalição sobre o blog que deveríamos entregar até quinta-feira. Acrescentou a importância da sinceridade na realização dessa tarefa, até para repensarmos no trabalho em grupo. Partindo para o próximo ponto explicou sobre o trabalho que solicitou na aula anterior. Esse deve ser composto por:
  • ·      Introdução;

o   Apresentar o objetivo, a estrutura do desenvolvimento e a justificativa dos temas abordados;
  • ·    Desenvolvimento;

o   Contextos escolares sobre um olhar Freiriano;
o   Temas separados em subitens;
o   Conceito de cada tema;
o   Perspectiva de vários autores;
o   Relação com as categorias Freirianas;
  • ·         Considerações finais;

o   Fechar a articulação entre os conceitos dos teóricos sobre os temas pesquisados, com as categorias Freirianas e com a Didática.
  • ·         Referências.


O restante da aula foi direcionado ao desenvolvimento das tarefas propostas.

sábado, 18 de novembro de 2017

Resumo de aula (09/11/2017) - Pedagogia da Autonomia (Cap. 3)



Dando continuidade aos diálogos a respeito de Pedagogia da Autonomia, de Paulo Freire, porém sem a intenção de encerrar as discussões a seu respeito, a aula do dia 9 de novembro se baseou no terceiro e último capítulo da obra, intitulado "Ensinar é uma especificidade humana".

O primeiro ponto destacado foi a autoridade na docência. Há inevitavelmente uma diferença cognoscente entre professor e aluno e é justamente essa diferença que permite o processo educativo, não devendo, portanto, ser negada ou omitida. Contudo, ela não deve se opor à liberdade do aluno, necessária ao seu processo de tomada de decisões, para que ele aprenda a fazer escolhas e a se responsabilizar pelas consequências dessas escolhas. Nas palavras de Paulo Freire (1996, p. 105) “a liberdade amadurece no confronto com outras liberdades”. A decisão é, então, um processo responsável.

A liberdade traz autonomia. Ou seja, a necessidade do exercício de poder, relacionado à autoridade, diminui à medida que a autonomia do aluno é ampliada graças à sua liberdade. E para que a autonomia do aluno seja trabalhada, é preciso que o professor a trabalhe primeiramente em si mesmo. Os alunos percebem quando o professor não possui autonomia, noção de seu posicionamento ideológico no processo educativo. O exercício da liberdade supõe um grau de responsabilidade, que é imenso, mas que precisamos assumir para que tenhamos autonomia.

Paulo Freire apresenta, em toda a obra, o conceito de autenticidade, isto é, a coerência entre o que é dito e o que é feito. Por isso, não podemos negar que a educação é um ato político, uma forma de intervenção no mundo, porque é uma prática social. E na vida em sociedade não é possível não ter posicionamento político, pois se assim vivemos é devido ao processo de sociabilidade que constitui nossa humanização; o processo político que torna os seres humanos em seres sociais.

Na discussão a respeito do item “ensinar exige querer bem aos educandos”, foi pontuada dificuldade que o professor tem de expressar sua afetividade e o senso comum de que a seriedade docente e a amorosidade são incompatíveis, opostas. E na verdade elas não são. A amorosidade apresentada por Paulo Freire não deixa de lado a autoridade docente, caso contrário o aprendizado poderia até ser interrompido. Isso não significa que o professor tem que se afastar e ser apático ao aluno, mas é preciso que fique claro a posição e a função do professor na prática educativa. É preciso notar que afetividade ocorre quando a prática docente afeta o aluno, e não é necessariamente positiva. O grande problema é quando o professor não afeta o aluno, a indiferença, o não causar nada.

Através do processo educativo é possível, e necessário, visar a emancipação do aluno, para que ele tenha elementos para enfrentar as desigualdades, as opressões, e lutar por uma sociedade menos injusta. A educação exige depositar esperança no educando, acreditar que ele tem suas possibilidades, que ele é capaz de causar mudanças. Além disso, essa prática requer também a luta pelo respeito, pelo direito de ser respeitado. É necessário estar disposto a ouvir. Se não há escuta do outro, não há outro, não há consideração de que o outro é sujeito. A educação bancária é mais fácil, porque não é comprometedora nem autêntica, características tão necessárias ao processo educativo para que ele promova boas mudanças.

A didática, isto é, a forma de trabalhar o conteúdo no processo ensino-aprendizagem, passa primeiro pela ética, pelas escolhas que são feitas pelo educador. Assim, a didática de um professor está relacionada a sua postura ética. Não podemos falar em didática sem falar em formação humana do professor. As Categorias Freirianas (ética, criticidade, autonomia, amorosidade, liberdade, desconstrução, esperança etc.) são conceitos que nos permitem refletir nossa prática como educadores e, por isso, são essenciais ao estudo da Didática.


Referência:
FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 40ª reimpressão. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

quarta-feira, 15 de novembro de 2017

Mesa redonda (07/11/2017)

Em vez de termos aula na segunda-feira  fomos convidados pela professora Rita a participar de uma palestra sobre Drummond no dia 7 de novembro. A mesa foi composta por três professores, sendo estes Natanael Zotelli Filho, Marcia Freitas e Milton Zamboni, que apresentaram vários momentos da obra desse autor como expressa o título da palestra "Drummond, o provocador: pedra, rosa e outros amores possíveis".

Nenhum texto alternativo automático disponível.

A professora Marcia Freitas iniciou o momento falando sobre o significado da "pedra" e para tal apresentou o poema No meio do caminho. Esse poema causou muito estranhamento sendo considerado um escândalo, já que fugia do padrão da época. 

No meio do caminho

No meio do caminho tinha uma pedra  
tinha uma pedra no meio do caminho  
tinha uma pedra  
no meio do caminho tinha uma pedra. 


Nunca me esquecerei desse acontecimento  
na vida de minhas retinas tão fatigadas.  
Nunca me esquecerei que no meio do caminho  
tinha uma pedra 
tinha uma pedra no meio do caminho  
no meio do caminho tinha uma pedra


Carlos Drummond de Andrade

A professora Marcia apresentou uma análise feita por ela sobre o poema e ainda relacionou sua fala com a educação. O poema têm muita repetição o que nos lembra a educação bancária que Paulo Freire menciona, sendo esta a que se baseia na repetição e memorização. A educação é polissêmica assim como a poesia, há vários sentidos e interpretações.

Passando para o segundo momento, o professor Milton Zamboni falou sobre a "rosa" e para tal recitou um belo poema de sua autoria baseado na obra Rosa do povo de Drummond. Em algumas passagens também relacionou a poesia com a educação, até afirmando: a aula é poética. É interessante quando relaciona Drummond com Paulo Freire na questão de ambos serem humanistas, e assim como temos que "ter olhos para a rosa no asfalto", temos que ter esse olhar para os alunos.

O terceiro e último momento foi sobre os "outros amores" em que o professor Natanael Zotelli Filho falou da poesia erótica. Há uma obra de Drummond, Um amor natural, que reúne poemas eróticos que revela um outro lado do autor. Entretanto, Natanael prefere caracterizar tais poemas como obscenos, e para justificar, primeiro explica a diferença entre pornografia e erotismos, chegando no porque do obsceno. Tal palavra representa o que está fora de cena, o que não deve ser visto e nem ouvido, assim como é caracterizado ato sexual. 

Relacionando com a educação podemos pensar em obsceno o currículo oculto, ou seja, aquilo que está além dos currículos e presentes na sala de aula. Para finalizar, o professor leu o poema Amor - pois que é palavra essencial em que apesar do erotismo mostra o amor como algo essencial em toda a ação relatada.



sábado, 11 de novembro de 2017

Resumo de aula (30/10/2017) - Pedagogia da Autonomia (Cap. 2)

      A última aula do mês de outubro ocorreu na segunda-feira, mais precisamente no dia 30. A aula em questão teve como proposta a discussão do capítulo 2 do livro de Paulo Freire, a Pedagogia da Autonomia. 


terça-feira, 31 de outubro de 2017

Resumo de aula (26/10/2017) - Pedagogia da Autonomia (Cap. 1)

Continuando o diálogo da aula passada sobre o livro Pedagogia da Autonomia de Paulo Freire, voltamos às Primeiras Palavras do livro, antes de retomar o primeiro capítulo. Entretanto não é possível separar a discussões nessas partes citadas, pois foi um diálogo contínuo e muito produtivo aliás. No decorrer vários colegas relacionaram alguns trechos do livro com suas práticas no estágio, o que ajudou na compreensão do texto.

A pedagogia da autonomia corresponde a uma educação de valores e direitos, está ligada à emancipação do aluno e da aluna, ou seja, ao empoderamento através do conhecimento. Para isso é preciso assumir o questionamento, se tornar curioso(a) e mais crítico(a). Só que antes do aluno e da aluna, é o professor que deve se tornar questionador, crítico e reflexivo, pois é através dele e de seu exemplo que isso chegará aos alunos.

Atualmente, as novas propostas políticas de formação de professores estão carregadas de características instrumentistas, ou seja, voltadas apenas à prática sem se importar com a reflexão da mesma. Paulo Freire nos alerta quanto a isso afirmando que é necessário uma prática reflexiva, é preciso que a prática se aproxime da práxis.

Outra questão interessante colocada na discussão foi "como lido com o imprevisível na relação com o outro?". Na prática escolar, o professor está sujeito à imprevistos, mesmo que tenha planejado a aula rigorosamente. Por isso, o docente além de estar preparado para aquela aula, deve sempre estar aberto à mudanças que possam vir a acontecer. Mas a resposta da questão suscitada é um mistério que cada um terá que desvendar por meio das reflexões de sua própria prática.

É necessário que sejamos seres mais coerentes no sentido de fazer aquilo que falamos. Na docência não há espaço para a história de "faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço", como professores somos exemplos e o nosso testemunho está intimamente ligado com a nossa prática.

O livro não apresenta uma receita acabada de como ser professor, mas sim recomendações, além de instigar o leitor a fazer novas reflexões sobre sua prática. Para os docentes, um bom começo é acolher  e conhecer os alunos, e sempre prezar pelo respeito por eles. Por fim, devemos ter consciência de que educar é provocar transformação.

Referências

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. ed. 40. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Resumo de aula (23/10/2017) - Pedagogia da Autonomia (Cap. 1)

As próximas aulas que aqui serão relatadas se baseiam na discussão acerca de “Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa”, de Paulo Freire.

No dia 23 de outubro se iniciou uma discussão a respeito das Categorias Freirianas, para a qual foi necessária a leitura do primeiro capítulo do referido livro. As Categorias Freirianas analisam o processo educacional à luz dos postulados de Paulo Freire, os quais ainda não foram adotadas amplamente na pedagogia brasileira, apesar de serem muitos referenciados em diversos países. Paulo Freire é o terceiro autor mais citado no mundo, sobretudo em programas de pós-graduação na área de Educação, e no Brasil ele passou a ser estudado mais profundamente apenas nos anos 2000.

O Capítulo 1, “Não há docência sem discência”, propõe saberes essenciais à prática docente de educadoras e educadores, independentemente de sua ideologia política e de seu posicionamento na pedagogia conservadora ou progressista. Os conceitos discutidos a seguir não são apresentados na mesma ordem que no texto de referência, e sim conforme a discussão em sala de aula.

Primeiramente, quem ensina aprende ao ensinar, e quem aprende ensina ao aprender. O processo de ensino-aprendizagem é dialético, é mútuo, uma vez que os educadores aprenderam socialmente ao longo do tempo que era possível ensinar. Além disso, ensinar não é transferir conhecimentos ou formar um corpo indeciso e acomodado. Portanto, não há validade no ensino que não resulta o aprendizado, ou seja, no processo no qual o educando não seja capaz de replicar em sua realidade o que foi ensinado.

No que diz respeito à experiência e aos postulados de Paulo Freire sobre a alfabetização, especialmente de adultos, foi mencionado que exercitar a leitura e a escrita é um exercício de consciência crítica. As palavras devem ter sentido para quem aprende. Ao aprender a escrever palavras utilizadas no cotidiano, os alunos discutem seus significados, e assim significam valores e conceitos presente em suas vidas. Relacionando-se a isso, foi apresentado o conceito de dialogicidade, isto é, se expressar e ser ouvido e construir coletivamente o conceito do que se discute. Isso contribui com a conscientização do sujeito a respeito da sua realidade e das suas opressões, o reconhecimento da sua exploração, o conhecimento os seus direitos e a tomada de posição, dando à prática educadora o sentido político.

Outro conceito citado na leitura é o de curiosidade epistemológica, ou seja, a vontade de saber, a sede de conhecimento, uma chama que o professor precisa manter constantemente acesa em sua prática docente para instigar os seus alunos. Essa curiosidade deve ser rigorosa, metodológica, se opondo à curiosidade ingênua do senso comum e exigindo a pesquisa. A arte de ser professor é tornar-se desnecessário a partir de algum momento, quando o aluno tem condições de aprender sozinho.

O termo “problematizar” parte do ponto de vista que o ser humano é inconcluso e necessita de aprender. Problematizar um conceito significa disseca-lo e exemplifica-lo no contexto do aluno: “o que é isso que vivo?, “por que é assim?”, “como pode ser diferente?”. A problematização pode ser o único meio que os mais desfavorecidos têm de reconhecer as diversas desigualdades sociais e se assumir como sujeitos de sua própria história para que a mudança seja efetiva.

Uma reflexão pontuada na leitura diz respeito à relação teoria/prática. Sem essa reflexão a teoria pode ir virando blábláblá e a prática, ativismo. Talvez a grande questão da atuação docente é: “como articular a teoria e a prática?”. Uma prática sem fundamentos teóricos resulta em um ofício sem saberes, e a complexidade da prática docente não nos permite parar de estudar. Para entender melhor, o conceito de práxis foi retomado: ação planejada, reflexiva, intencional. A intencionalidade não pode ser desassociada da prática docente, pois há sempre o questionamento “para quem e para que estou dando aula?”. Todo processo educacional é um ato político, ato de tomada de decisões, ato de escolhas. As escolhas não são apenas pedagógicas, são políticas. O tratamento para com o aluno, a forma como a avaliação é abordada, a imposição do professor em sala de aula, entre outros comportamentos, constituem posturas políticas.

Por fim, é preciso que nos eduquemos para a emancipação do outro, para a sua desopressão. É preciso que o processo educacional liberte o aluno e não o encaixe em gaiolas da sociedade. A autonomia tem que vir primeiro do professor, que deve ter senso crítico, ter coragem de se posicionar, de não silenciar determinados assuntos em sala de aula. E ao trabalhar a autonomia no aluno, o professor permite que ele se torne um agente de mudança na sociedade.


Referências bibliográficas: 

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 40ª reimpressão. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

MONTESANTI, Beatriz. Paulo Freire é o terceiro pensador mais citado em trabalhos pelo mundo. Nexo Jornal, 04 Junho 2016.
Paulo Freire é o terceiro pensador mais citado em trabalhos pelo mundo

Link para matéria: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/06/04/Paulo-Freire-%C3%A9-o-terceiro-pensador-mais-citado-em-trabalhos-pelo-mundo

© 2017 | Todos os direitos deste material são reservados ao NEXO JORNAL LTDA., conforme a Lei nº 9.610/98. A sua publicação, redistribuição, transmissão e reescrita sem autorização prévia é proibida.
Paulo Freire é o terceiro pensador mais citado em trabalhos pelo mundo

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