terça-feira, 31 de outubro de 2017

Resumo de aula (26/10/2017) - Pedagogia da Autonomia (Cap. 1)

Continuando o diálogo da aula passada sobre o livro Pedagogia da Autonomia de Paulo Freire, voltamos às Primeiras Palavras do livro, antes de retomar o primeiro capítulo. Entretanto não é possível separar a discussões nessas partes citadas, pois foi um diálogo contínuo e muito produtivo aliás. No decorrer vários colegas relacionaram alguns trechos do livro com suas práticas no estágio, o que ajudou na compreensão do texto.

A pedagogia da autonomia corresponde a uma educação de valores e direitos, está ligada à emancipação do aluno e da aluna, ou seja, ao empoderamento através do conhecimento. Para isso é preciso assumir o questionamento, se tornar curioso(a) e mais crítico(a). Só que antes do aluno e da aluna, é o professor que deve se tornar questionador, crítico e reflexivo, pois é através dele e de seu exemplo que isso chegará aos alunos.

Atualmente, as novas propostas políticas de formação de professores estão carregadas de características instrumentistas, ou seja, voltadas apenas à prática sem se importar com a reflexão da mesma. Paulo Freire nos alerta quanto a isso afirmando que é necessário uma prática reflexiva, é preciso que a prática se aproxime da práxis.

Outra questão interessante colocada na discussão foi "como lido com o imprevisível na relação com o outro?". Na prática escolar, o professor está sujeito à imprevistos, mesmo que tenha planejado a aula rigorosamente. Por isso, o docente além de estar preparado para aquela aula, deve sempre estar aberto à mudanças que possam vir a acontecer. Mas a resposta da questão suscitada é um mistério que cada um terá que desvendar por meio das reflexões de sua própria prática.

É necessário que sejamos seres mais coerentes no sentido de fazer aquilo que falamos. Na docência não há espaço para a história de "faça o que eu digo, mas não faça o que eu faço", como professores somos exemplos e o nosso testemunho está intimamente ligado com a nossa prática.

O livro não apresenta uma receita acabada de como ser professor, mas sim recomendações, além de instigar o leitor a fazer novas reflexões sobre sua prática. Para os docentes, um bom começo é acolher  e conhecer os alunos, e sempre prezar pelo respeito por eles. Por fim, devemos ter consciência de que educar é provocar transformação.

Referências

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. ed. 40. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

sexta-feira, 27 de outubro de 2017

Resumo de aula (23/10/2017) - Pedagogia da Autonomia (Cap. 1)

As próximas aulas que aqui serão relatadas se baseiam na discussão acerca de “Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa”, de Paulo Freire.

No dia 23 de outubro se iniciou uma discussão a respeito das Categorias Freirianas, para a qual foi necessária a leitura do primeiro capítulo do referido livro. As Categorias Freirianas analisam o processo educacional à luz dos postulados de Paulo Freire, os quais ainda não foram adotadas amplamente na pedagogia brasileira, apesar de serem muitos referenciados em diversos países. Paulo Freire é o terceiro autor mais citado no mundo, sobretudo em programas de pós-graduação na área de Educação, e no Brasil ele passou a ser estudado mais profundamente apenas nos anos 2000.

O Capítulo 1, “Não há docência sem discência”, propõe saberes essenciais à prática docente de educadoras e educadores, independentemente de sua ideologia política e de seu posicionamento na pedagogia conservadora ou progressista. Os conceitos discutidos a seguir não são apresentados na mesma ordem que no texto de referência, e sim conforme a discussão em sala de aula.

Primeiramente, quem ensina aprende ao ensinar, e quem aprende ensina ao aprender. O processo de ensino-aprendizagem é dialético, é mútuo, uma vez que os educadores aprenderam socialmente ao longo do tempo que era possível ensinar. Além disso, ensinar não é transferir conhecimentos ou formar um corpo indeciso e acomodado. Portanto, não há validade no ensino que não resulta o aprendizado, ou seja, no processo no qual o educando não seja capaz de replicar em sua realidade o que foi ensinado.

No que diz respeito à experiência e aos postulados de Paulo Freire sobre a alfabetização, especialmente de adultos, foi mencionado que exercitar a leitura e a escrita é um exercício de consciência crítica. As palavras devem ter sentido para quem aprende. Ao aprender a escrever palavras utilizadas no cotidiano, os alunos discutem seus significados, e assim significam valores e conceitos presente em suas vidas. Relacionando-se a isso, foi apresentado o conceito de dialogicidade, isto é, se expressar e ser ouvido e construir coletivamente o conceito do que se discute. Isso contribui com a conscientização do sujeito a respeito da sua realidade e das suas opressões, o reconhecimento da sua exploração, o conhecimento os seus direitos e a tomada de posição, dando à prática educadora o sentido político.

Outro conceito citado na leitura é o de curiosidade epistemológica, ou seja, a vontade de saber, a sede de conhecimento, uma chama que o professor precisa manter constantemente acesa em sua prática docente para instigar os seus alunos. Essa curiosidade deve ser rigorosa, metodológica, se opondo à curiosidade ingênua do senso comum e exigindo a pesquisa. A arte de ser professor é tornar-se desnecessário a partir de algum momento, quando o aluno tem condições de aprender sozinho.

O termo “problematizar” parte do ponto de vista que o ser humano é inconcluso e necessita de aprender. Problematizar um conceito significa disseca-lo e exemplifica-lo no contexto do aluno: “o que é isso que vivo?, “por que é assim?”, “como pode ser diferente?”. A problematização pode ser o único meio que os mais desfavorecidos têm de reconhecer as diversas desigualdades sociais e se assumir como sujeitos de sua própria história para que a mudança seja efetiva.

Uma reflexão pontuada na leitura diz respeito à relação teoria/prática. Sem essa reflexão a teoria pode ir virando blábláblá e a prática, ativismo. Talvez a grande questão da atuação docente é: “como articular a teoria e a prática?”. Uma prática sem fundamentos teóricos resulta em um ofício sem saberes, e a complexidade da prática docente não nos permite parar de estudar. Para entender melhor, o conceito de práxis foi retomado: ação planejada, reflexiva, intencional. A intencionalidade não pode ser desassociada da prática docente, pois há sempre o questionamento “para quem e para que estou dando aula?”. Todo processo educacional é um ato político, ato de tomada de decisões, ato de escolhas. As escolhas não são apenas pedagógicas, são políticas. O tratamento para com o aluno, a forma como a avaliação é abordada, a imposição do professor em sala de aula, entre outros comportamentos, constituem posturas políticas.

Por fim, é preciso que nos eduquemos para a emancipação do outro, para a sua desopressão. É preciso que o processo educacional liberte o aluno e não o encaixe em gaiolas da sociedade. A autonomia tem que vir primeiro do professor, que deve ter senso crítico, ter coragem de se posicionar, de não silenciar determinados assuntos em sala de aula. E ao trabalhar a autonomia no aluno, o professor permite que ele se torne um agente de mudança na sociedade.


Referências bibliográficas: 

FREIRE, Paulo. Pedagogia da autonomia: saberes necessários à prática educativa. 40ª reimpressão. São Paulo: Paz e Terra, 1996.

MONTESANTI, Beatriz. Paulo Freire é o terceiro pensador mais citado em trabalhos pelo mundo. Nexo Jornal, 04 Junho 2016.
Paulo Freire é o terceiro pensador mais citado em trabalhos pelo mundo

Link para matéria: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/06/04/Paulo-Freire-%C3%A9-o-terceiro-pensador-mais-citado-em-trabalhos-pelo-mundo

© 2017 | Todos os direitos deste material são reservados ao NEXO JORNAL LTDA., conforme a Lei nº 9.610/98. A sua publicação, redistribuição, transmissão e reescrita sem autorização prévia é proibida.
Paulo Freire é o terceiro pensador mais citado em trabalhos pelo mundo

Link para matéria: https://www.nexojornal.com.br/expresso/2016/06/04/Paulo-Freire-%C3%A9-o-terceiro-pensador-mais-citado-em-trabalhos-pelo-mundo

© 2017 | Todos os direitos deste material são reservados ao NEXO JORNAL LTDA., conforme a Lei nº 9.610/98. A sua publicação, redistribuição, transmissão e reescrita sem autorização prévia é proibida.

quinta-feira, 26 de outubro de 2017

quarta-feira, 25 de outubro de 2017

Capítulo 1 do livro Pedagogia da Autonomia de Paulo Freire

          Trechos resumitivos do capítulo 1 do livro Pedagogia da Autonomia de Paulo Freire:

Resumo de aula (19/10/2017) - Autoavaliação

     Durante a semana, foi disponibilizado um material para leitura a fim de complementar o conhecimento sobre a temática da aula a ser dada. O texto foi um artigo chamada A autoavaliaçãono processo de ensino e aprendizagem, escrito por Francisco Caboia. A partir disso, foi pedido para os alunos realizarem uma autoavaliação. Como exemplo de perguntas de autoavaliação, segue abaixo algumas delas:

Material disponibilizado sobre autoavaliação

A AUTOAVALIAÇÃO NO PROCESSO DE ENSINO E APRENDIZAGEM

Francisco Caboia

É importante assinalar que a auto-avaliação é diferente da auto-regulação dado o facto, à partida, perseguirem objectivos diferentes, conforme se assinala no artigo a seguir a este.

quarta-feira, 18 de outubro de 2017

Resumo de aula (16/10/2017) - Tipos de avaliação

Na aula passada foi proposto uma pesquisa sobre os tipos de avaliação, sendo esses Diagnóstica, Formativa e Somativa. Já nesse dia (16), a orientação foi que cada Blog preenchesse um quadro, disponibilizado pela professora, baseado na pesquisa realizada anteriormente.

Figura 1 - Quadro dos tipos de avaliação
Fonte - Elaborado por Luís Cunha
Após esse preenchimento, iniciou uma discussão sobre o tema partindo do que é Avaliação Diagnóstica, Formativa e Somativa. A primeira é uma avaliação que tem um propósito futuro, serve para identificar as dificuldades do aluno à partir de um diagnostico de sua aprendizagem. Já a Avaliação Formativa, acontece no movimento cíclico entre a análise e a ação, diz respeito à compreender, determinar e identificar a qualidade do aprendizado. Diferentemente, na Avaliação Somativa o foco é na quantidade, com o intuito de classificar os alunos no final do processo.

Figura 2 - Tipos de avaliação
Fonte - <https://i.ytimg.com/vi/nAr0v3ChzMU/hqdefault.jpg>
Voltando ao quadro, nessa parte da socialização foram respondidas algumas questões como: para que serve? Quais os tipos/modos?

Diagnóstica: Serve como ponto de partida para os professores pensarem nas próximas ações, ou seja, auxiliá-os na elaboração dos planos de aula de uma forma mais adequada à realidade do aluno, pensando também nas melhores metodologias de ensino para aquela turma. Para realizá-la pode se apropriar de entrevistas, exercícios, simulados, discussões sobre o assunto, como também a consulta ao histórico escolar dos alunos.

Formativa: Serve para melhorar o processo ensino-aprendizagem mediante o uso de informações levantadas. Dessa forma, deve acontecer a todo tempo no movimento de análise e ação, sendo assim uma avaliação processual. Alguns modos de utilizá-la é por meio de seminários, observação de trabalhos em grupos, observação dos cadernos diários, discussões,  debates, auto avaliação, entre outros.

Somativa: Como acontece no final do processo, serve para classificar o aluno de acordo com o rendimento alcançado pelo o mesmo. Entretanto, pode servir como uma avalização diagnóstica também, pois a partir dos resultados obtidos é possível rever as ações futuras. Pode ser feita através de provas, simulados, seminários, etc.

Enfim, percebe-se que a avaliação é um processo complexo e que deve ser pensando cuidadosamente para que não seja injusto. Outra fato importante é o planejamento das ações, já que as turmas sempre serão diferentes e como professores devemos perceber as suas características, afim de proporcionar o melhor para aquele grupo específico. Desse modo, o replanejamento deve ser contante partindo das avaliações. 

segunda-feira, 16 de outubro de 2017

Tipos de avaliação

Avaliação diagnóstica

Este tipo de avaliação visa identificar as características dos alunos, reconhecendo seus conhecimentos prévios, ou seja, o que foi apreendido até aquele momento. Dessa forma, é possível planejar uma sequência de aulas adaptada àquela realidade.

Ela dá visibilidade ao ponto de partida dos alunos em formação, em determinado momento de sua trajetória escolar. Assim, pretende-se reconhecer os objetivos que se deseja alcançar, adequadamente, com um perfil específico de aluno, podendo determinar os processos metodológicos e didáticos a ser utilizados.

Outros objetivos da avaliação diagnóstica são:

  • Verificar os conhecimentos prévios a respeito de um assunto específico;
  • Averiguar a presença ou ausência de conhecimentos e habilidades;
  • Investigar causas de dificuldades na aprendizagem;
  • Auxiliar o professor na elaboração dos planos de aula de uma maneira mais adequada à realidade do aluno;
Essa avaliação pode ser realizada das seguintes maneiras:

  • Entrevista com o próprio aluno, ou ainda com responsáveis, outros professores, orientadores, entre outras pessoas envolvidas na vida escolar;
  • Consulta ao histórico escolar do aluno;
  • Exercícios;
  • Simulados;
  • Observações em sala de aula em relação ao desempenho do aluno;
  • Discussões sobre determinado assunto;
  • Testes padronizados.

Avaliação formativa

A avaliação formativa propõe o acompanhamento do desenvolvimento das aprendizagens do aluno. O resultado desse acompanhamento são informações que alimentam e direcionam de forma significativa a ação pedagógica, aproximando de maneira considerável professor e aluno.

Nesta proposta, informar-se sobre os erros e acertos do aluno é um elemento importante como ponto de partida para uma investigação docente que objetiva a compreensão dos obstáculos e, posteriormente, a sua superação. Dessa forma, a avaliação assume uma função informativa, tanto para o professor quanto para o aluno. O que vai defini-la como formadora é a reflexão ocasionada pelas informações trazidas pelo instrumento, propiciando novas ações que consolidem o desenvolvimento do ensino e aprendizagem. Ou seja, seu objetivo é melhorar o processo de ensino-aprendizagem mediante o uso de informações levantadas por meio da ação avaliativa.

Os instrumentos avaliativos, a serem utilizados e, as competências avaliadas devem ser esclarecidas aos alunos, antes de serem aplicados. As correções dos instrumentos avaliativos devem analisar as estratégias cognitivas e metacognitivas, utilizadas pelos alunos. Na elaboração desses instrumentos, os professores devem fazer um intercâmbio, analisando o que foi elaborado e fazendo observações para contribuir com a elaboração. Um instrumento importante e que não pode deixar de estar presente, em uma avaliação formativa, é a auto avaliação. Segue outros exemplos:
  •  Observação direta e repetida do trabalho em aula;
  • Observação dos cadernos diários;
  • Correção na sala de aula de trabalhos realizados pelos alunos, individualmente ou em grupo (comentários de textos; questionários orais e escritos; composição escrita; resumos; exercícios sobre funcionamento da língua, etc.);
  • Organização de debates, discussões, exposições orais;
  • Fichas de compreensão de leitura de textos;
  • Redação de documentos práticos (cartas, inquéritos, fichas);
  • Comentário de um documento escrito, visual ou sonoro;
  • Aplicação de breves testes escritos para comprovar a aquisição de conteúdo específicos da unidade de trabalho;
Nesta forma avaliativa, a relação cíclica análise e ação deve ser contínua, intrinsecamente interligada à ação docente. O uso das informações pode seguir várias trajetórias diferentes, mas deve culminar na efetivação da atividade de ensino, na ampliação de conceitos e, consequentemente, no aprendizado.

Portanto, o conceito de avaliação formativa está relacionado a uma mudança de concepção do ato de avaliar. Assumindo essa concepção, é preciso debruçar-se sobre os dados produzidos pelas avaliações, a fim de atribuir-lhes uma utilidade significativa dentro da prática docente. A utilização e a diversificação de instrumentos de avaliação podem colaborar para uma melhor compreensão das diferentes realidades encontradas no contexto escolar.

Avaliação somativa

A avaliação somativa (classificatória), tem como função básica a classificação dos alunos, sendo realizada ao final de um curso ou unidade de ensino. Classificando os estudantes de acordo com os níveis de aproveitamento previamente estabelecidos. Sendo assim, ela está preocupada com os resultados das aprendizagens. Ela pretende, assim, fazer um balanço somatório de uma ou várias sequências do trabalho de formação. Essa modalidade avaliativa sintetiza as aprendizagens dos alunos tendo por base critérios gerais.


Atualmente a classificação dos estudantes se processa segundo o rendimento alcançado, tendo por base os objetivos previstos. 
É através deste tipo de avaliação que são fornecidos aos estudantes os chamados feedback que informa o nível de aprendizagem alcançado, se este for o objetivo central da avaliação formativa; e presta-se à comparação de resultados obtidos, visando também a atribuição de notas. Desse modo, sua principal característica é a capacidade de além de informar, situar e classificar o avaliado, tendo a perspectiva de conclusão em evidência, pois acontece no final de um processo educacional.


Por essa razão, a avaliação somativa fornece informações sintetizadas que se destinam ao registro e à publicação do que parece ter sido assimilado pelos alunos. Ou seja, seus resultados servem para verificar, classificar, situar, informar e certificar. 


Alguns dos métodos utilizados para essa forma de avaliação são, por exemplo:

  • Provas;
  • Seminários;
  • Projetos;
  • Trabalhos escritos.
Leitura recomendada:
KLEIN, Gilmara de Farias Souza; Instrumentos de coleta de dados para avaliação de aprendizagem na prática pedagógica do ensino superior a partir das opiniões de estudantes-trabalhadoras do curso de graduação em enfermagem. Disponível em: <http://www2.unifesp.br/centros/cedess/producao/produtos_tese/produto_gilmara_klein.pdf>; Defesa de mestrado da UNIFESP; São Paulo. Defendido em dezembro de 2012







sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Resumo de aula (09/10/2017) - Atividade sobre o artigo de avaliação

     Dando continuidade à temática "Avaliação Escolar", foi pedido por meio do sigaa da UNIFEI para que os alunos novamente lessem o artigo "Concepções sobre a Avaliação Escolar" escrito pela Mary Stela Ferreira Chueiri e realizado não somente um resumo, como solicitada para a aula anterior, mas também realizassem uma pergunta relacionado ao resumo elaborado.

Trechos do artigo Concepções sobre a Avaliação Escolar

Concepções sobre a Avaliação Escolar
A avaliação está estritamente ligada à natureza do conhecimento, e uma vez reconhecida essa natureza, a avaliação deverá ajustar-se a ela se quiser ser fiel e manter a coerência epistemológica. Nessa direção, podemos partir do pressuposto de que a avaliação, como prática escolar, não é uma atividade neutra ou meramente técnica, isto é, não se dá num vazio conceitual, mas é dimensionada por um modelo teórico de mundo, de ciência e de educação, traduzida em prática pedagógica. Um segundo pressuposto é que a prática de avaliação dos processos de ensino e de aprendizagem ocorre por meio da relação pedagógica que envolve intencionalidades de ação, objetivadas em condutas, atitudes e habilidades dos atores envolvidos.

quarta-feira, 11 de outubro de 2017

Resumo de aula (05/10/2017) - Discussão do artigo sobre avaliação

          Durante o decorrer da semana, foi disponibilizado para os alunos um texto de artigo titulado como "Concepções sobre a Avaliação Escolar" escrito pela Mary Stela Ferreira Chueiri. Foi pedido para que os alunos fizessem uma leitura do texto e um resumo do mesmo. Contudo, devido ao calendário escolar, ou seja, todos haviam diversas provas na semana, poucos foram os que leram o artigo por completo. O grupo que aqui dispõem-se, leram o artigo e com isso, escreve-se sobre. O resumo pode ser encontrado no blog pelo título "Resumo - Concepções sobre a Avaliação Escolar".

segunda-feira, 9 de outubro de 2017

Textos disponibilizados sobre Estudo Dirigido.

Estudo Dirigido como Guia de Estudo 
e como técnica de ensino-aprendizagem

Taís Ferraz Duarte 

     O Estudo Dirigido elaborado pelo professor é um recurso que, além de facilitar o desenvolvimento da independência do aluno, desenvolve a aquisição de novos conceitos e conhecimentos.

Trechos do artigo Práticas pedagógicas de ensinar-aprender


Práticas pedagógicas de ensinar-aprender: 
por entre resistências e resignações

Maria Amélia Santoro Franco

        Bons professores, teremos de formá-los como sujeitos capazes de produzir conhecimentos, ações e saberes sobre a prática. Não basta fazer uma aula; é preciso saber porque tal aula se desenvolveu daquele jeito e naquelas condições: ou seja, é preciso a compreensão e leitura da práxis.É importante que o professor compreenda as transformações dos alunos, das práticas, das circunstâncias em processo. Toda ação educativa tem em seu fazer uma carga de intencionalidade que integra e organiza sua práxis, confluindo, de maneira dinâmica e histórica, tanto as características do contexto sociocultural como as necessidades e possibilidades do momento as concepções teóricas e a consciência das ações cotidianas, 

domingo, 8 de outubro de 2017

Resumo - Concepções sobre a Avaliação Escolar

No dia 2 de outubro fomos informados que não haveria aula por motivos alheios à vontade da professora. Porém, deveríamos realizar a leitura do artigo indicado e elaborar um resumo.

Leitura de Referência: CHUEIRI, Mary Stela Ferreira. Concepções sobre a Avaliação Escolar. Estudos em Avaliação Educacional, v. 19, n. 39, jan./abr. 2008.


RESUMO
Avaliações são comuns em nossas atividades, sejam realizadas informalmente nas opções cotidianas ou formalmente na tomada de decisões. No contexto escolar, ocorre como prática sistematizada com objetivos que refletem valores sociais, iniciando, permeando e concluindo o processo pedagógico. Ela é determinada por conceitos de ensino e aprendizagem que fundamentam a prática pedagógica. Portanto, não é uma atividade neutra, sendo estruturada segundo uma ideologia política e epistemológica.
A avaliação é intrínseca ao sentido atribuído ao conhecimento, devendo ajustar-se a ele segundo a base que a sustenta. Assim, pode-se pressupor que como prática escolar a avaliação, além de não ser uma atividade neutra, ocorre por meio de intencionalidade dos envolvidos. O professor, como avaliador, atribui um significado à avaliação e ao seu próprio papel a partir de suas concepções de mundo e de educação.

São apresentadas quatro categorias de análise da relação entre concepções pedagógicas e os significados de avaliação.
Examinar para avaliar 
Os exames e provas escolares são utilizadas como práticas avaliadoras a partir do século XVI na chamada “Pedagogia Tradicional”, na qual avaliação e exame são equivalentes. Elas podem remeter aos colégios católicos da Ordem Jesuítica e às escolas protestantes do século XIV, havendo também registros de sua utilização na China há 3.000 a.C. para selecionar homens para o exército. A prática dos exames tem seu ápice na ascensão social da burguesia, que recorreu aos estudos para tal feito. Contudo, a utilização de exame admissional no serviço público contribuiu para a democratização do Estado e na configuração de uma sociedade meritocrática. Ao longo do século XIX, com o desenvolvimento da produção capitalista, há uma multiplicação dos exames e diplomas, evidenciando uma relação entre o Estado e o saber da sociedade civil.
Atualmente, exames escolares são amplamente utilizados em vez de avaliação de aprendizagem, configurando uma “Pedagogia do Exame” que reforça a cultura do exame como avaliação. Em sala de aula, deveria predominar a avaliação diagnóstica para acompanhamento e reorientação da aprendizagem.
Medir para avaliar
A avaliação como medida teve seu início no século XX nos Estados Unidos, com o desenvolvimento de testes padronizados para medir habilidades e aptidões dos alunos, paralelamente ao desenvolvimento, na Psicologia, de testes psicológicos e de inteligência. Seu auge se deu com a “Pedagogia Tecnicista”, cuja concepção de aprendizagem é referenciada na psicologia comportamental, que considera que a aprendizagem pode ser quantificada.
A avaliação é vista como forma de quantificar comportamentos predefinidos, sendo reduzida à medida, que, por sua vez, consiste na atribuição de um número a um comportamento de acordo com uma regra considerada aceitável. Essa ideia está enraizada na mente dos professores e dos próprios alunos, implicando uma confiabilidade da prova como instrumento de medida e desconsiderando a subjetividade do avaliador.
Avaliar para classificar ou para regular
Tradicionalmente, a avaliação na escola associa-se à comparação entre os alunos e à classificação hierárquica dos mesmos, além de ter a função de certificação do conhecimento “que é necessário saber”, fornecendo pouca informação a respeito das competências adquiridas.
Nossas práticas de avaliação são atravessadas pelas lógicas formativa e somativa. A somativa relaciona-se ao que é demonstrado pelo aluno em situações predefinidas e materializa-se na nota, apoiando-se assim em uma concepção classificatória. Já a formativa preocupa-se com o processo de apropriação dos saberes pelo aluno, tendo a função de contribuir para uma boa regulação da atividade de ensino. Na prática, a diferença entre elas reside na posição do professor diante delas.
Avaliar para qualificar
A partir da década de 1960, desenvolvem-se enfoques de avaliação alternativos como crítica aos modelos anteriores, surgindo o interesse na avaliação denominada “qualitativa”, que visa compreender o significado de produtos complexos. A avaliação quantitativa é centrada na compreensão dos processos de aprendizagem.
A abordagem quantitativa não é suficiente para a reconstrução global da práxis avaliativa por ter de sintetizar todo o processo em um conceito ou número, apesar de representar um avanço. Tanto a concepção quantitativa quanto a qualitativa não considera a dimensão social e mantem o sujeito individualizado. Ambas conservam a concepção de que o aluno deve-se harmonizar a determinadas condições.

As diferentes concepções epistemológicas que fundamentam a prática de avaliação convivem em um mesmo contexto escolar e relacionam-se com as mudanças que ocorrem em relação às concepções de educação que orientam as práticas pedagógicas desde que a escola foi instituída como espaço de educação formal. A implementação de políticas educativas, aliada a uma atuação pedagógica atenta a conflitos, contradições, fissuras, fragmentos, vozes que constituem o panorama escolar, poderá dar novos sentidos à práxis da avaliação.